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Sou formado em Biomedicina e Medicina Veterinária, especialista em Reprodução Humana. Trabalho como embriologista desde 2004, tendo atuado nos maiores Centros de Reprodução Humana da América Latina, com experiência de mais de 5000 casos. Recentemente tive mais um grande motivo para amar e me dedicar ainda mais a minha profissão com o nascimento do meu filho. É um sentimento que desejo para todas as pessoas no mundo e o que eu puder fazer para ajudar aqueles que querem engravidar eu farei. Sendo assim o objetivo desse Blog é de ajudar e informar casais que tem dificuldade de engravidar além de compartilhar novidades e conhecimento com pessoas das áreas da saúde.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Infertilidade Feminina: Endometriose

      Mais uma doença da mulher moderna! A postergação da gravidez, faz com que se aumente o número de vezes que a mulher menstrua, o que faz com que a endometriose tenha uma incidência muito maior atualmente do que há 70 anos atrás quando as mulheres engravidavam mais cedo e por mais vezes.

      A endometriose é uma doença feminina na qual o tecido que reveste o útero, chamado de endométrio, aparece em outros locais do corpo. Nestes locais ele se implanta e passa a funcionar como se estivesse dentro do útero, ou seja, é um tecido responsivo a estímulos hormonais do ciclo menstrual.  Quando ocorre a menstruação ele também “menstrua” causando a formação de uma ferida interna e um processo inflamatório que pode levar a formação de aderências e causar dor.
 

      Dependendo do local a endometriose pode causar dor durante a relação sexual chamada de Dispareunia, pois o pênis “encosta” na ferida. Do mesmo modo uma lesão no corpo do útero pode causar dor durante as contrações uterinas levando a uma menstruação dolorosa chamada de Dismenorréia.

     Causas
     A endometriose é uma doença complexa de causa multifatorial e até agora sem uma causa específica que pudesse explicá-la. Sendo assim citarei as principais teorias que explicam a doença:

- Origem Embrionária:  ainda na fase embrionária, algumas células diferenciadas para dar origem ao endométrio (epitélio que reveste o útero) se desprenderam e se deslocaram para outros lugares. Isso explicaria focos de endometriose encontrados em diversas regiões do corpo como: pulmão, ouvido, cérebro e etc.

- Menstruação Retrógrada: é uma teoria bastante aceita e a principal para explicar a endometriose na região pélvica. Sugere a presença de fluxo menstrual retrógrado através das tubas uterinas e o implante e adesão destes fragmentos de endométrio no peritônio (tecido de revestimento externo dos órgãos).  



- Teoria Hormonal: explica somente a manutenção e disseminação da doença, pelo fato dos implantes de endometriose serem responsivos aos estrógenos e o uso de medicação anti-estrogênica ajudar a controlar a doença.

- Imunológica: falhas no sistema imunológico e até mesmo o desenvolvimento de auto-imunidade foram sugeridas para explicar a endometriose. Muitos estudos têm relacionado a doença às alterações específicas da imunidade, que diminuiriam as chances do organismo se defender de células de endométrio que se implantariam nos tecidos e desenvolveriam a endometriose.

- Genética: é cada vez maior a busca por uma causa genética que explique a endometriose. Alguns estudos correlacionaram o aumento do risco de manifestação entre 5% e 8% de pacientes com parentes de primeiro grau diagnosticadas com a doença. Em 2005, um estudo australiano analisou 1176 casos de irmãs gêmeas com endometriose e observou uma alteração genética no cromossomo 7, justificando que de fato há maior propensão genética para a doença. 

(Fonte Consultada: www.endometriosesp.com.br, com agradecimento a Dra. Rosa Neme)
          Dor na relação
     A mulher se queixa de dor na relação relacionada principalmente quando a posição sexual propicia uma penetração mais profunda. Não se deve confundir este tipo de dor com as causadas por patologias vaginais. Nas patologias vaginais ocorrem outros sintomas como vermelhidão, corrimento de cor branca, amarelada, avermelhada ou esverdeada, e coceira ou ardor no local.

     Dor menstrual
     A dor na menstruação pode ser muito intensa levando a paciente ao pronto socorro. De um modo geral as dores cessam com uso de medicações específicas para dor, mas algumas pacientes necessitam de internação. Ela ocorre quando a endometriose está localizada na parte de fora do útero e durante a contração para expulsão da menstruação a “ferida” é ativada. Um dos sintomas bem característicos da endometriose é a presença de cólica forte. 




     Tratamento clínico
     O tratamento clínico é paliativo e temporário uma vez que não há regressão completa da doença. Utiliza-se em conjunto com a cirurgia de Videolaparoscopia e se a paciente não quiser engravidar se mantém até que ela  chegue à menopausa. De um modo geral segue se a máxima de que a gravidez curaria a endometriose. Isso não é verdade, pois uma revisão algum tempo depois do parto mostra que a endometriose volta a aparecer. Os tratamentos clínicos usam medicações que simulam uma gravidez com ausência de menstruação por nove meses.

     Tratamento cirúrgico
     O tratamento cirúrgico faz uma “limpeza” dos focos, porém também não resolve o problema em definitivo. A técnica cirúrgica mais usada atualmente é a cirurgia minimamente invasiva pela técnica Videolaparoscopia, onde se opera com auxilio de uma câmera interna. Em muitos casos severos a "limpeza" dos focos de endometriose não é suficiente para engravidar e a paciente tem que se submeter a um tratamento de Reprodução Assistida.


    Gravidez
     A gravidez é também uma das formas de tratamento para a endometriose, mas a doença dificulta bastante em conseguí-la. Para quem quer engravidar recomenda-se o auxílio com tratamento por Fertilização in vitro.

Amanhã falarei sobre o último tema da série Infertilidade Feminina sobre alterações hormonais que afetam a reprodução.

Boa semana!!! 

Um abraço, Fiquem com Deus!

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